
Ataques de 11 de setembro de 2001

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Ataques ou atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 (às vezes, referido apenas como 11 de setembro) foram uma série de ataques suicidas contra os Estados Unidoscoordenados pela organização fundamentalista islâmica al-Qaeda em 11 de setembro de 2001. Na manhã daquele dia, dezenove terroristas sequestraram quatro aviões comerciais de passageiros. Os sequestradores colidiram intencionalmente dois dos aviões contra as Torres Gêmeas do complexo empresarial do World Trade Center, na cidade de Nova Iorque, matando todos a bordo e muitas das pessoas que trabalhavam nos edifícios. Ambos os prédios desmoronaram duas horas após os impactos, destruindo edifícios vizinhos e causando vários outros danos. O terceiro avião de passageiros colidiu contra o Pentágono, a sede doDepartamento de Defesa dos Estados Unidos, no Condado de Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington, D.C. O quarto avião caiu em um campo aberto próximo de Shanksville, naPensilvânia, depois de alguns de seus passageiros e tripulantes terem tentado retomar o controle da aeronave dos sequestradores, que a tinham reencaminhado na direção da capital norte-americana. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos.
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Quase três mil pessoas morreram durante os ataques, incluindo os 227 civis e os 19 sequestradores a bordo dos aviões. A esmagadora maioria das vítimas eram civis, incluindo cidadãos de mais de 70 países. Além disso, há pelo menos um óbito secundário - uma pessoa foi descartada da contagem por um médico legista, pois teria sido morto por uma doença pulmonar devido à exposição à poeira do colapso do World Trade Center.
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Os Estados Unidos responderam aos ataques com o lançamento da Guerra ao Terror: o paísinvadiu o Afeganistão para derrubar o Taliban, que abrigou os terroristas da al-Qaeda. Os Estados Unidos também aprovaram o USA PATRIOT Act. Muitos outros países também reforçaram a sua legislação antiterrorismo e ampliaram os poderes de aplicação da lei. Algumasbolsas de valores estadunidenses ficaram fechadas no resto da semana seguinte ao ataque e registraram enormes prejuízos ao reabrir, especialmente nas indústrias aérea e de seguro. O desaparecimento de bilhões de dólares em escritórios destruídos causaram sérios danos à economia de Lower Manhattan, em Nova Iorque.
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Os danos no Pentágono foram reparados em um ano, e o Memorial do Pentágono foi construído ao lado do prédio. O processo de reconstrução foi iniciado no local do World Trade Center. Em 2006, uma nova torre de escritórios foi concluída no local, o World Trade Center 7. A torre One World Trade Center, construída no local, é um dos arranha-céus mais altos da América do Norte, com 541 metros de altura. Mais três edifícios estão previstos para serem construídos no local das antigas Torres Gêmeas, além de um memorial às vítimas dos ataquesjá concluído. O Memorial Nacional do Voo 93 começou a ser construído 8 de novembro de 2009 e a primeira fase de construção foi concluída no 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro, em 2011.
Ataques
No início da manhã de 11 de setembro de 2001, 19 sequestradores assumiram o controle de quatro aviões comerciais (dois Boeing 757 e dois Boeing 767) em rota para a Califórnia (três indo para o LAX, em Los Angeles, e um para São Francisco), após decolar de Boston, Massachusetts; Newark, Nova Jersey eWashington, D.C.[6] Aviões grandes com longos vôos foram intencionalmente escolhidos para o sequestro porque seriam fortemente impulsionados.[7]
Os quatro voos foram:
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Voo 11 da American Airlines: deixou o Aeroporto de Boston às 07:59 com rota para Los Angeles e uma tripulação de 11 membros e outros 76 passageiros, não incluindo os cinco sequestradores. Os terroristas colidiram o avião contra a Torre Norte do World Trade Center às 08:46;
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Voo 175 da United Airlines: deixou o Aeroporto de Boston às 08:14 em rota para Los Angeles com uma tripulação de nove membros e 51 passageiros, sem incluir os cinco sequestradores. Os terroristas colidiram o avião contra a Torre Sul do World Trade Center às 09:03;
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Voo 77 da American Airlines: deixou o Aeroporto Internacional Washington Dulles, na Virgínia, às 08:20 em rota para Los Angeles com uma tripulação de seis membros e outros 53 passageiros, não incluindo cinco sequestradores. Os terroristas colidiram o avião contra oPentágono às 09:37;
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Voo 93 da United Airlines: deixou o Aeroporto Internacional de Newark às 08:42 em rota para São Francisco, com uma tripulação de sete membros e outros 33 passageiros, não incluindo os quatro sequestradores. Depois que os passageiros se rebelaram, os terroristas derrubaram o avião no chão, perto de Shanksville, na Pensilvânia, às 10:03.
A cobertura da imprensa foi intensa durante os ataques e suas consequências, a começar momentos após a primeira colisão no World Trade Center.
Eventos
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Às 08:46, o Voo 11 da American Airlines atingiu a Torre Norte do World Trade Center, seguido pelo Voo 175 da United Airlines, que atingiu a Torre Sul às 09h03.
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Outro grupo de sequestradores do Voo 77 da American Airlines atingiu o Pentágono às 9:37. Um quarto voo, o Voo 93 da United Airlines, caiu em uma área rural perto de Shanksville, na Pensilvânia, às 10:03, depois de os passageiros terem tentado retomar o controle do avião dos sequestradores. Acredita-se que a meta final dos sequestradores seria o Capitólio (sede do Congresso dos Estados Unidos) ou aCasa Branca.
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Em setembro de 2002, em uma entrevista realizada para o documentarista Yosri Fouda, um jornalista da Al Jazeera, Khalid Sheikh Mohammed, junto a Ramzi Binalshibh, afirmou que o quarto avião sequestrado estava se dirigindo para o Capitólio dos Estados Unidos e não para a Casa Branca. Eles ainda afirmaram que a al-Qaeda inicialmente tinha planejado fazer com que os aviões sequestrados atingissem instalações nucleares em vez das torres do World Trade Center e o Pentágono, mas foi decidido não atacar as centrais nucleares "por ora" por causa de temores de que os ataques poderiam "sair de controle".
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Durante o sequestro dos aviões, os terroristas usaram armas brancas para esfaquear e matar os pilotos das aeronaves, os comissários de voo e os passageiros. Relatórios feitos com as chamadas telefônicas vindas dos avião indicaram que facas foram usadas pelos sequestradores para ferir atendentes e, em ao menos um caso, um passageiro, durante dois dos sequestros. Alguns passageiros foram capazes de fazer ligações, usando o serviço de telefone da cabine e celulares, e fornecer detalhes, inclusive de que vários dos sequestradores que estavam a bordo de cada avião tinham usado sprays químicos contra a tripulação, como gás lacrimogêneo ou spray de pimenta, e que algumas pessoas a bordo tinha sido esfaqueadas.
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A Comissão do 11 de Setembro estabeleceu que dois dos sequestradores tinham comprado recentemente ferramentas manuais multi-funções da marca Leatherman. Uma aeromoça do voo 11, um passageiro do voo 175 e os passageiros do voo 93 mencionaram que os sequestradores tinham bombas, mas um dos passageiros também mencionou que achava que as bombas eram falsas. Nenhum vestígio de explosivos foram encontrados nos locais dos incidentes e a Comissão do 11/09 concluiu que as bombas eram provavelmente falsas.[6]
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Vídeo de uma câmera de segurançado Voo 77 colidindo contra o Pentágono.Torres do WTC queimando no dia dos ataques.
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No Voo 93 da United Airlines as gravações da caixa preta revelaram que a tripulação e os passageiros tentaram assumir o controle do avião dos sequestradores depois de ficarem sabendo, através de chamadas telefônicas, que outros aviões sequestrados foram jogados contra edifícios na manhã daquele dia. De acordo com a transcrição das gravações do voo 93, um dos sequestradores deu a ordem para alterar a rota do avião, uma vez que tinha ficado evidente que eles iriam perder o controle do avião para os passageiros. Logo depois a aeronave caiu em um campo perto de Shanksville,Condado de Somerset, Pensilvânia, às 10:03, hora local (14:03:11 UTC). Khalid Sheikh Mohammed, o organizador dos atentados, mencionou em uma entrevista de 2002 com Yosri Fouda que o alvo do Voo 93 era o Capitólio dos Estados Unidos, que foi dado o nome-código "Faculdade de Direito".
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Três dos prédios do Complexo do World Trade Center desmoronaram devido a uma falha estrutural, no dia do ataque. A Torre Sul (WTC 2) caiu às 9h59, após queimar por 56 minutos em um incêndio causado pelo impacto de Voo 175 da United Airlines.[24] A Torre Norte (WTC 1) desmoronou às 10:28, após queimar por aproximadamente 102 minutos.[24] Quando a Torre Norte desabou, os escombros caíram próximo à World Trade Center 7 (WTC 7), danificando o edifício e iniciando um incêndio. Estes incêndios queimaram durante horas e comprometeram a integridade estrutural do edifício, levando-o ao colapso total às 17:21.
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Os ataques criaram confusão generalizada entre as organizações de notícias e os controladores de tráfego aéreo nos Estados Unidos. Todo o tráfego aéreo civil internacional foi proibido de desembarcar em solo estadunidense por três dias. As aeronaves já em voo ou foram afastadas ou desviadas para aeroportos no Canadá ou no México. Fontes de notícias e relatórios não confirmados, muitas vezes contraditórios, foram divulgados ao longo do dia. Um dos mais prevalentes destes relatou que umcarro-bomba iria ser detonado na sede do Departamento de Estado dos Estados Unidos, em Washington, D.C. Logo após a divulgação pela primeira vez sobre o incidente no Pentágono, alguns meios de comunicação também informaram brevemente que um incêndio tinha eclodido no National Mall. Outro relatório saiu na Associated Press, informando que o Voo 1989 da Delta Air Lines também havia sido sequestrado. Este relatório também revelou-se falso; acreditou-se por momentos que também este voo corria risco de sequestro, mas seu comando respondeu aos controladores, e pousou em segurança em Cleveland, Ohio.
Vítimas
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Houve um total de 2 996 mortes, incluindo os 19 sequestradores e as 2 977 vítimas. As vítimas foram distribuídas da seguinte forma: 246 nos quatro aviões (onde não houve sobreviventes), 2606 na cidade de Nova Iorque e 125 no Pentágono. Todas as mortes ocorridas foram de civis, exceto por 55 militares atingidos no Pentágono.
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Em 2007, o escritório examinador médico da cidade de Nova Iorque divulgou o número oficial de mortos do 11 de setembro, adicionando a morte de Felicia Dunn-Jones. Dunn-Jones faleceu cinco meses após o 11/09 devido a uma doença pulmonar que foi associada à exposição à poeira durante o colapso do World Trade Center. Heyward Leon, que morreu de linfoma em 2008, foi adicionado ao número oficial de mortes em 2009.
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O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) estimou que cerca de 17 400 civis estavam no complexo do World Trade Center no momento dos ataques, enquanto as contas da Autoridade Portuária de Nova Iorque sugerem que 14.154 pessoas estavam nas Torres Gêmeas às 08h45min. A grande maioria das pessoas abaixo da zona de impacto evacuaram os edifícios com segurança, junto com 18 pessoas que estavam na zona de impacto na torre sul, e um número de pessoas que estava acima da zona de impacto que, evidentemente, usaram a escadaria intacta na Torre Sul. Pelo menos 1.366 pessoas morreram, pois estavam no andar do impacto da Torre Norte ou em andares superiores, e pelo menos 618 na Torre Sul, onde a evacuação tinha começado antes do segundo impacto. Assim, dos 2 753 mortos no WTC, 1 950 estavam nos andares atingidos pelas aeronaves ou acima deles.
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De acordo com o relatório da comissão centenas foram mortos instantaneamente com o impacto, enquanto os demais ficaram presos e morreram após o colapso da torre. Pelo menos 200 pessoas pularam dos edifícios para a morte (como mostrado na foto "The Falling Man"), caindo nas ruas e telhados de edifícios adjacentes, centenas de metros abaixo. Alguns dos ocupantes de cada torre, e que estavam acima do ponto de impacto, subiram em direção ao teto, na esperança de um resgate porhelicóptero, mas as portas de acesso ao telhado estavam bloqueadas. Não existia qualquer plano de resgate de helicóptero e, em 11 de setembro, a fumaça e calor intenso teria impedido tais aeronaves de realizarem salvamentos.
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Um total de 411 trabalhadores de emergência que responderam aos chamados de socorro morreram quando tentavam resgatar as pessoas e apagar os incêndios. O Corpo de Bombeiros da Cidade de Nova Iorque (FDNY) perdeu 341 bombeiros e dois paramédicos. O Departamento de Polícia da Cidade de Nova Iorque (NYPD) perdeu 23 funcionários. O Departamento de Polícia da Autoridade Portuária perdeu 37 oficiais, e 8 EMTsadicionais e paramédicos de unidades privadas de serviços de emergência foram mortos.
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A Cantor Fitzgerald L.P., um banco de investimento nos pisos 101a-105a do World Trade Center 1, perdeu 658 funcionários, muito mais do que qualquer outra empresa. A Marsh Inc., localizada imediatamente abaixo da Cantor Fitzgerald nos pisos 93-101 (o local de impacto do voo 11) perdeu 355 funcionários, e 175 funcionários da Aon Corporation foram mortos.
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Depois de Nova Iorque, Nova Jérsei foi o estado mais atingido, com a cidade de Hoboken ostentando a maioria das mortes. Mais de noventa países perderam cidadãos nos ataques ao World Trade Center (três brasileiros e cinco portugueses).
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Semanas após o ataque, o número de vidas perdidas foi estimado em mais de seis mil. A cidade de Nova Iorque só foi capaz de identificar os restos de cerca de 1.600 das vítimas no World Trade Center, ficando sem identificação mais de 1.100. O escritório legista também recolheu cerca de dez mil ossos não identificados e fragmentos de tecidos humanos que não puderam ser combinados para a lista de mortos. Em 23 de fevereiro de 2005, as autoridades legistas reconheceram a limitação tecnológica na época, para avançar nos trabalhos de identificação. Nos últimos cinco meses apenas oito vítimas haviam sido identificadas.
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Fragmentos ósseos ainda estavam sendo encontrados em 2006, quando os trabalhadores estavam se preparando para demolir Deutsche Bank Building, também danificado. Essa operação foi concluída em 2007. Em 2 de abril de 2010 uma equipe de especialistas emantropologia forense e arqueologia começou a procurar por restos humanos, artefatos humanos e objetos pessoais no aterro sanitário de Fresh Kills, em Staten Island. A operação foi concluída em junho de 2010, com 72 restos humanos encontrados, elevando o total de restos humanos encontrados para 1845. As identidades de 1629 das 2753 vítimas foram identificadas. Os perfis de DNA, na tentativa de identificar as vítimas adicionais, são permanentes. Em agosto de 2011, 1 631 vítimas foram identificadas, enquanto que 1 122 (41%) das vítimas permaneceram não identificadas. Os restos mortais estão sendo mantidos em armazenamento no Memorial Park, fora das instalações do instituto médico de Nova York. Em 2013, espera-se que os restos mortais sejam transferidos em 2013 para um depósito atrás de uma parede no Museu do 11 de Setembro. Em julho de 2011, uma equipe de cientistas do instituto médico da cidade tentaram novamente identificar os restos mortais, na esperança de que a tecnologia melhor desenvolvida lhes permitisse identificar outras vítimas.
Danos
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Junto com os 110 andares das Torres Gêmeas, vários edifícios ao redor foram destruídos ou seriamente danificados, incluindo os edifícios 3 a 7 do complexo do World Trade e a Igreja Ortodoxa Grega de São Nicolau. A Torre Norte, a Torre Sul, o Marriott Hotel (WTC 3) e o WTC 7 foram completamente destruídos. A Alfândega dos Estados Unidos (no WTC 6), o WTC 4, o WTC 5 e duas passarelas de pedestres que ligavam os edifícios foram severamente danificadas. O Deutsche Bank Building foi parcialmente danificado e mais tarde demolido. Os dois edifícios do complexo vizinho do World Financial Center também sofreram danos.
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O Deutsche Bank Building, na Liberty Street do complexo do World Trade Center, foi mais tarde condenado por causa das condições tóxicas no interior da torre de escritórios e foi desconstruído. O Fiterman Hall, do Colégio Comunitário do Borough de Manhattan, na 30 West Broadway, foi condenado devido aos danos nos ataques e está sendo reconstruído. Outros edifícios vizinhos, como o 90 West Street e o Edifício Verizon sofreram grandes danos, mas foram restaurados. Os edifícios do World Financial Center, o One Liberty Plaza, o Millenium Hilton e o 90 Church Street tiveram danos moderados e já foram restaurados. Os equipamentos de telecomunicações no topo da Torre Norte também foram destruídos, mas as estações de mídia rapidamente foram capazes de redirecionar os seus sinais e retomar as transmissões.
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O Pentágono foi severamente danificado pelo impacto do Voo 77 da American Airlines e por incêndios subsequentes, causando o desabamento de uma das seções do edifício. Ao se aproximar do Pentágono, as asas do avião derrubaram postes de luz e seu motor direito quebrou um gerador antes de cair no lado ocidental do edifício, matando todos os 53 passageiros, os cinco sequestradores e 6 tripulantes O avião atingiu o Pentágono no nível do primeiro andar. A parte dianteira da fuselagem desintegrou-se durante o impacto, enquanto que as seções centrais e a cauda mantiveram-se em movimento por uma fração de segundo. Detritos provenientes da cauda penetraram mais fundo no edifício, quebrando por 94 metros três dos cinco anéis mais externos do edifício.
Resgate e recuperação
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O Corpo de Bombeiros da Cidade de Nova York (FDNY) rapidamente mandou 200 unidades (metade do departamento) para o local dos ataques, cujos esforços foram completados por vários bombeiros de folga e paramédicos. O Departamento de Polícia da Cidade de Nova Iorque (NYPD) enviou Unidades de Serviço de Emergência (ESU) e outros policiais, juntamente com a implantação de sua unidade de aviação.[86] Uma vez em cena, o FDNY, NYPD e policiais da Autoridade Portuária não coordenaram os esforços[83] e realizaram buscas redundantes por vítimas civis.
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Com as condições deterioradas, a unidade de aviação da NYPD retransmitia informações aos comandantes dos bombeiros, que emitiam ordens para o seu pessoal evacuar as torres, de modo que a maioria dos oficiais estava em condições de segurança antes de evacuar os edifícios que desmoronaram. Com postos de comando criados separadamente e comunicações de rádio incompatíveis entre os organismos, os avisos não foram repassados aos comandantes do FDNY.
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Após a primeira torre desabar os comandantes dos bombeiros enviaram os avisos de evacuação, no entanto, devido a dificuldades técnicas com o mau funcionamento do sistema repetidor de rádio, os bombeiros não ouviram muitas das ordens de evacuação. Os atendentes do número de emergência também receberam informações de chamadas que não foram repassadas aos comandantes no local. Poucas horas depois do ataque uma importante operação de busca e resgate foi lançada. Depois de meses de operações, o local do World Trade Center foi limpo no final de maio de 2002.
Responsabilidade
Al-Qaeda
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A origem da Al-Qaeda pode ser rastreada até 1979, quando a União Soviética invadiu o Afeganistão. Osama bin Laden viajou para oAfeganistão e ajudou a organizar mujahidin árabes para resistir aos soviéticos. Sob a orientação de Ayman al-Zawahiri, Bin Laden tornou-se mais radical. Em 1996, Bin Laden divulgou sua primeira fatwa, pedindo para os soldados americanos deixarem a Arábia Saudita.
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Em um segundo fatwa em 1998, Bin Laden delineou suas objeções à política externa americana em relação a Israel, bem como a contínua presença de tropas americanas na Arábia Saudita após a Guerra do Golfo. Bin Laden usou textos islâmicos para exortar os muçulmanos a atacar americanos e, de acordo com bin Laden, muçulmanos juristas "têm ao longo da história islâmica concordado unanimemente que a jihadé um dever individual se o inimigo destrói os países muçulmanos."
Osama bin Laden
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Bin Laden, quem orquestrou os ataques, inicialmente negou, mas depois admitiu seu envolvimento com homens de sua família nos atentados. A rede Al Jazeera transmitiu uma declaração de Bin Laden em 16 de setembro de 2001, afirmando que "gostaria de salientar que eu não realizei este ato, que parece ter sido realizado por indivíduos com motivos próprios". Em novembro de 2001, as forças americanas recuperaram uma fita de vídeo de uma casa destruída em Jalalabad, no Afeganistão. Na fita, Bin Laden é visto falando com Khaled al-Harbi e admite a presciência dos ataques. Em 27 de dezembro de 2001, um segundo vídeo de Bin Laden foi divulgado. Nas filmagens, ele disse: "o terrorismo contra os Estados Unidos merece ser louvado, porque é uma resposta à injustiça, com o objetivo de forçar a América a parar com seu apoio à Israel, que mata nosso povo", mas ele parou de admitir a responsabilidade pelos ataques.
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Pouco antes da eleição presidencial nos Estados Unidos em 2004, em uma declaração gravada, Bin Laden reconheceu publicamente o envolvimento da Al-Qaeda nos ataques aos Estados Unidos e admitiu a sua ligação direta com os atentados. Ele disse que os ataques foram realizados porque "somos livres ... e queremos recuperar a liberdade sob a nossa nação. Ao minar a nossa segurança, nós minamos a sua." Bin Laden disse que orientou pessoalmente seus seguidores a atacar o World Trade Center. Outro vídeo obtido pela Al Jazeera em setembro de 2006 mostra bin Laden com Ramzi bin al-Shibh, bem como dois sequestradores, Hamza al-Ghamdi e Wail al-Shehri, enquanto faziam os preparativos para os ataques. Os Estados Unidos jamais indiciaram formalmente Osama bin Laden pelos ataques de 11 de setembro de 2001, mas ele esteve na lista dos mais procurados pelo Escritório Federal de Investigação (FBI) por causa dos bombardeios das embaixadas americanas em Dar es Salaam, naTanzânia, e em Nairóbi, no Quênia. Depois de uma perseguição de quase 10 anos, Bin Laden foi morto por forças especiais americanas em um complexo em Abbottabad, no Paquistão, em 2 de maio de 2011.
Motivos
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Alega-se que os três principais motivos para os ataques de 11 de setembro sejam a presença americana na Arábia Saudita, o apoio a Israel por parte dos Estados Unidos e as sanções contra o Iraque. Estes motivos foram ditos explicitamente pela Al-Qaeda em declarações pretéritas aos atentados, incluindo a fatwā de agosto de 1996 e um pequeno fatwā publicado em fevereiro de 1998. Após os ataques, Bin Laden e Al-Zawahiri publicaram fitas de vídeos e fitas de áudio adicionais, algumas delas repetindo as razões pelos ataques. Duas dessas publicações merecem destaque: "Carta para a América" de 2002, e um vídeo de 2004 mostrando Bin Laden. Além de pronunciamentos diretos de Bin Laden e a Al-Qaeda, inúmeros analistas políticos têm postulado outras motivações para os ataques.
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Bin Laden disse que o profeta Maomé bania a "presença permanente de infiéis na Arábia". No fatwāde 1998, a Al-Qaeda escreveu que "Por mais de sete anos, os Estados Unidos têm vindo a ocupar as terras do Islã e os lugares mais santos, a Península Arábica, saqueando suas riquezas, mandando em seus governantes, humilhando seu povo, aterrorizando seus vizinhos, e transformando as bases da península em uma liderança para lutar com os povos muçulmanos vizinhos." Em uma entrevista em 1999 com o repórter paquistanês Rahimullah Yusufzai, Bin Laden disse que pressentia que os norte-americanos estavam "perto demais de Meca" e considerou que isto era uma provocação à todo o mundo muçulmano.
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Em novembro de 2002, na "Carta para a América", Bin Laden disse que o apoio dos Estados Unidos àIsrael era outro motivo: "A criação e manutenção de Israel é um dos maiores crimes, e vocês são os líderes desses criminosos. E, claro, não há necessidade de explicar e demonstrar o grau de apoio americano a Israel. A criação de Israel é um crime que deve ser apagado. Toda e qualquer pessoa cujas mãos se tornaram poluídas do contributo para este crime tem de pagar o seu preço, e pagar por isso fortemente." Em 2004 Bin Laden reforçou que o apoio à Israel era um dos motivos dos atentados. Vários analistas, incluindo John Mearsheimer e Stephen Walt, autores do livro The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy, também argumentam que o principal motivo dos ataques de 11 de setembro foi o apoio que os Estados Unidos deu à Israel.
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No fatwā de 1998, a Al-Qaeda pronunciou que as sanções do Iraque eram razões para matar os estadunidenses: "apesar da grande devastação infligida ao povo iraquiano pela aliança cruzado-sionista, e apesar do grande número de pessoas mortas, que ultrapassou um milhão... Apesar de tudo isso, os americanos estão mais uma vez contra a tentativa de repetir os massacres horrendos, como se eles não se contentassem com o bloqueio prolongado imposto após a guerra feroz ou a fragmentação e destruição... Com base nisso, e em conformidade com a ordem de Deus, emitimos a fatwa que se segue para todos os muçulmanos: A decisão de matar os americanos e seus aliados, civis e militares é um dever individual de todo muçulmano...
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Em adição a esses motivos dados pela própria Al-Qaeda, alguns analistas têm sugerido outras razões, muitas vezes rejeitadas, incluindo uma humilhação que o mundo islâmico teria ao ficar para trás do mundo ocidental, especialmente pela diferença expressiva da economia devido àglobalização recente. Outro motivo especulado pelos ocidentais é o de que os terroristas teriam o desejo de provocar os Estados Unidos para uma guerra mais ampla contra o mundo islâmico, com a esperança de motivar mais aliados a apoiarem a Al-Qaeda.
